domingo, 28 de abril de 2013

Entrevista de Resgate Memória oral
Entrevistada : Dna Elza Soares da Silva Reis
 Local : Águas de |Contendas ,  Conceição do Rio verde
 Data : 07 de Abril de 2012


Entrevista de Resgate Memória oral - Dona Elza


Entrevista de Resgate Memória oral
Entrevistada : Dna Elza Soares da Silva Reis
 Local : Águas de |Contendas ,  Conceição do Rio verde
 Data : 07 de Abril de 2012

Meu nome é Elza Soares da Silva Reis , nasci no dia 14 de Setembro de 1916 , estou com 95 anos e me sinto muito bem , casada com Luiz Danilo da Silva Reis , tive 3 4:15 - filhos , Luiz Fernando , Ana Regina e José Marcio que é o caçula , o raspa da panela que veio depois de muitos anos que nasceu a Ana Cristina , eu estava de vigem marcada para o Sul do Brasil , em Santana do Livramento , divisa do Brasil com o Paraguai , quando ele nasceu.
Eu nasci em Carangola em Minas Gerais ,nós éramos em 8 irmãos  , fomos para o 7:12 - Rio e la me casei em 1938 na igreja de São José  , pois sou muito devota dele ,  e fui para Cambuquira em lua de mel , meu marido foi transferido do Rio para Cambuquira para montar o serviço de alistamento militar na região , neste período 7:31 - eu morei no hotel Elite , hotel este que nãomais existe.
Naquele tempo , antes mesmo de me casar eu já ouvia a falar em Contendas , mas naquele tempo a moça só saia de casa para viajar com o namorado ou noivo depois de casada , só então depois de casada eu vim a conhecer Contendas  , era tudo muito simples , muita pobreza , eu fiquei aqui em Contendas  na fazenda do meu sogro durante hum mês e retornei para o Rio ,   eu vim de Cambuquira de taxi e desci em 9:25 - frente do Parque que naquele tempo só existia uma vala , meu sogro tinha uma fazenda  , fazenda esta que ainda hoje existe , meu sogro se chamava José Alfredo  e ele era quem limpava a vala nesta época , ele era quem comandava esta fazenda e ainda comandava outra fazenda que tinha como tomador de conta o Sr. 10:00 - Aroldo José Alves   da fazenda da família da  Margarida Villela.
Na área onde hoje é o parque , tinha 3 biquinhas que meu marido com o Sr. José Alen  mantinham sempre limpo a área , o Sr. José Alen mudou para o Rio onde  morreu .Nesta época nós fazíamos festas , quermesses , jogos , meus filhos andavam  a cavalo, nessa época eles já namoravam , a gente viajava só nas férias  2  vezes ao 11:05 - ano , em julho e Dezembro.
12:05 - Nesta época já existia o trem que vinha do Rio até as cidades do circuito das águas , ele vinha até a cidade de Cruzeiro no estado de São Paulo em um trem comum e ali trocava de trem , era o trem aquático (aquático porque  seguia para as 12:54 - cidades das águas) no sul de Minas Gerais . Era um trem muito bonito , todo forrado de branco , com vagão de refeições era muito bom e confortável.
Este trem passava em Caxambu , São Lourenço e a gente descia na estação de Conceição do Rio Verde que se chamava estação Contendas , hoje desativada , a gente alugava  charretes , que eram bem limpinhas , arrumadinhas  forradas   , que 14:28 - nos levava até a fazenda ,  quando vinha mais gente de nossa família , primos , tios cunhados , cunhadas irmãos enfim sempre vinha mais gente , a gente avisava o pessoal que trabalhava na fazenda através daquele telefone que a gente girava , o telefone magneto e pedia para vir nos buscar de charrete , sempre fazíamos reuniões  na fazenda velha , trazíamos tudo de comida e tinha uma senhora chamada de Cantialina que era parente do meu sogro ela tinha os dedos das mãos tortos.
 15:44 – A vida do pessoal daqui era muito difícil , o pessoal aqui era muito pobre  , as pessoas trabalhavam nas fazendas e as crianças estudavam na escola que tinha a 19:00 - diretora  a avó da Luiza Marilac  , Dna Maria esposa do Sr. Aroldo  , existia poucas pessoas na vila , tinha uma pequena venda onde tinha de tudo desde cachaça , fumo ,  rapadura e alimentos da roça , não tinha  lojas  nem outro tipo de comercio local.
Tinha um pessoal muito bom , famílias do Sr. Malaquias e e Sr. Antonio , pessoas 20:30 - que só sabiam capinar  eram muito simples.
Na época a fazenda do meu sogro produzia alimentos para o sustento das famílias que moravam la , produziam , pinga , café , leite , feijão , milho  e outros alimentos.
Quando meu sogro morreu a fazenda foi dividida entre os filhos e até hoje o Filho , José Alfredo ainda vivo e de vez em quando vem  na fazenda  , seus filhos e parentes frequentam mais.
Minha filha  Ana Cristina gosta tanto daqui que até comprou uma casa , que de vez em quando vem descansar , do lado dela eu tenho 3 netos e do outro lado do José Marcio eu tenho 1 neto  , Luiz Danilo que se forma médico.
26:54 - Meu sogro sempre foi apaixonado por Contendas e com a ajuda do Sr. Alen , cuidavam das minas e com o tempo foram construídas as fonte e dado os nomes de fontes “leque “ ,  “ Maracanã “ e  “ moringa “   fontes estas que no inicio eram do outro lado , depois o Sr. Alen continuou a tomar conta e contava com a ajuda da comunidade que faziam quermesse , festas e que eram feitas na fazenda velha  para arrecadar fundos .
0:00 - Naquela época as crianças brincavam de cabra sega , peteca ,  andavam a cavalo , não existia bebidas era tudo na brincadeira .
Nesta época tinha um casarão que foi da avó dos Bernardes e que foi se deteriorando aos poucos  até virar ruínas nos dias de hoje.
 A avó dos Bernardes  fazia , doces , tortas  para vender e  ela mantinha todo este s produtos a disposição das pessoas que subiam as escadarias que dava para uma sala  que tinha um armário comprido muito grande  muito bem arrumadinho co os
31:00 - produtos , com toalinha branca de crochê muito linda , daí a minha paixão pelo crochê , eu aprendi a bordar com minha mãe  que era muito inteligente e muito prendada , em 1937 o casarão foi dividido por herança e cada um ficou com alguma coisa , eu fiquei com uma vitrola e uma cadeira .Naquele tempo as pessoas que passavam aqui já pegavam água , levavam em moringas de barro , garrafões e outros tipos de vasilhames.
Há 40 anos compramos a fazenda que estamos até hoje  , na época só existia um trilho de cavalo , não  tinha nada , aos poucos fomos construindo  e até um moinho 4:40 de fubá foi construído , depois que compramos esta fazenda eu virei outra pessoa , pois na outra fazenda tinha muita gente  de outros herdeiros e aqui é só a família com os filhos e netos.
Na minha casa era tradição quando os filhos casavam ganhava uma quantia em dinheiro e quando eu me casei meu pai me falou que ia dar um pouco mais  porque a  50:04 - moeda estava desvalorizado e eu poderia comprar um apartamento , eu achava que era muito dinheiro e acabei deixando para o meu marido resolver este negocio de compra de apartamento , acabamos comprando um perto de mamãe.
Naquele tempo no Rio eu estudava Química Industrial , antes de me casar  , daí eu me casei e parei no terceiro ano porque eu tive que viajar com meu marido para o sul , o Getulinho , filho do Getulio Vargas foi meu colega de turma  , quando voltei do sul não deu para continuar pois eu estava grávida  , então veio Ana Cristina , depois Luiz Fernando e por ultimo  José Marcio .
Eu tinha uma irmã que era freira e um irmão que era padre  ( Adauto Soares Monteiro )  foi ele que assinou a plantada nossa Igreja , De nossa Senhora da Saúde  , que foi construída  com muito sacrifício , de doações  , quermesses e íamos guar dando o dinheiro pois naquela  época não existia banco  , assim que a igreja ficou pronta chegou a imagem de Nossa Senhora da Saúde , o padre vinha muito poucas vezes rezar  missa aqui o povo da cidade tinha muito ciúmes.
Bem muita coisa eu me lembrei e com certeza tem mais coisas interessantes a contar , se possível acrescentarei com o tempo , conforme for me lembrando .
Também tenho muitas fotos que mostrarão muito do que eu disse a respeito dessa maravilha que é Águas de Contendas. 

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