Entrevista de Resgate Memória oral
Entrevistada : Dna Elza Soares da Silva Reis
Local : Águas de |Contendas , Conceição do Rio verde
Data : 07 de Abril de 2012
Entrevista de Resgate Memória oral - Dona Elza
Entrevista de Resgate Memória oral
Entrevistada : Dna Elza Soares da Silva Reis
Local : Águas de |Contendas , Conceição do Rio verde
Data : 07 de Abril de 2012
Meu nome é
Elza Soares da Silva Reis , nasci no dia 14 de Setembro de 1916 , estou
com 95 anos e me sinto muito bem , casada com Luiz Danilo da Silva Reis ,
tive 3 4:15 - filhos , Luiz
Fernando , Ana Regina e José Marcio que é o caçula , o raspa da panela
que veio depois de muitos anos que nasceu a Ana Cristina , eu estava de
vigem marcada para o Sul do Brasil , em Santana do Livramento , divisa
do Brasil com o Paraguai , quando ele nasceu.
Eu nasci em Carangola em Minas Gerais ,nós éramos em 8 irmãos , fomos para o 7:12 -
Rio e la me casei em 1938 na igreja de São José , pois sou muito
devota dele , e fui para Cambuquira em lua de mel , meu marido foi
transferido do Rio para Cambuquira para montar o serviço de alistamento
militar na região , neste período 7:31 - eu morei no hotel Elite , hotel este que nãomais existe.
Naquele
tempo , antes mesmo de me casar eu já ouvia a falar em Contendas , mas
naquele tempo a moça só saia de casa para viajar com o namorado ou noivo
depois de casada , só então depois de casada eu vim a conhecer
Contendas , era tudo muito simples , muita pobreza , eu fiquei aqui em
Contendas na fazenda do meu sogro durante hum mês e retornei para o Rio
, eu vim de Cambuquira de taxi e desci em 9:25 -
frente do Parque que naquele tempo só existia uma vala , meu sogro
tinha uma fazenda , fazenda esta que ainda hoje existe , meu sogro se
chamava José Alfredo e ele era quem limpava a vala nesta época , ele
era quem comandava esta fazenda e ainda comandava outra fazenda que
tinha como tomador de conta o Sr. 10:00 - Aroldo José Alves da fazenda da família da Margarida Villela.
Na área
onde hoje é o parque , tinha 3 biquinhas que meu marido com o Sr. José
Alen mantinham sempre limpo a área , o Sr. José Alen mudou para o Rio
onde morreu .Nesta época nós fazíamos festas , quermesses , jogos ,
meus filhos andavam a cavalo, nessa época eles já namoravam , a gente
viajava só nas férias 2 vezes ao 11:05 - ano , em julho e Dezembro.
12:05
- Nesta época já existia o trem que vinha do Rio até as cidades do
circuito das águas , ele vinha até a cidade de Cruzeiro no estado de São
Paulo em um trem comum e ali trocava de trem , era o trem aquático
(aquático porque seguia para as 12:54 -
cidades das águas) no sul de Minas Gerais . Era um trem muito bonito ,
todo forrado de branco , com vagão de refeições era muito bom e
confortável.
Este trem
passava em Caxambu , São Lourenço e a gente descia na estação de
Conceição do Rio Verde que se chamava estação Contendas , hoje
desativada , a gente alugava charretes , que eram bem limpinhas ,
arrumadinhas forradas , que 14:28
- nos levava até a fazenda , quando vinha mais gente de nossa família ,
primos , tios cunhados , cunhadas irmãos enfim sempre vinha mais gente ,
a gente avisava o pessoal que trabalhava na fazenda através daquele
telefone que a gente girava , o telefone magneto e pedia para vir nos
buscar de charrete , sempre fazíamos reuniões na fazenda velha ,
trazíamos tudo de comida e tinha uma senhora chamada de Cantialina que
era parente do meu sogro ela tinha os dedos das mãos tortos.
15:44
– A vida do pessoal daqui era muito difícil , o pessoal aqui era muito
pobre , as pessoas trabalhavam nas fazendas e as crianças estudavam na
escola que tinha a 19:00 -
diretora a avó da Luiza Marilac , Dna Maria esposa do Sr. Aroldo ,
existia poucas pessoas na vila , tinha uma pequena venda onde tinha de
tudo desde cachaça , fumo , rapadura e alimentos da roça , não tinha
lojas nem outro tipo de comercio local.
Tinha um pessoal muito bom , famílias do Sr. Malaquias e e Sr. Antonio , pessoas 20:30 - que só sabiam capinar eram muito simples.
Na época a
fazenda do meu sogro produzia alimentos para o sustento das famílias que
moravam la , produziam , pinga , café , leite , feijão , milho e
outros alimentos.
Quando meu
sogro morreu a fazenda foi dividida entre os filhos e até hoje o Filho ,
José Alfredo ainda vivo e de vez em quando vem na fazenda , seus
filhos e parentes frequentam mais.
Minha
filha Ana Cristina gosta tanto daqui que até comprou uma casa , que de
vez em quando vem descansar , do lado dela eu tenho 3 netos e do outro
lado do José Marcio eu tenho 1 neto , Luiz Danilo que se forma médico.
26:54
- Meu sogro sempre foi apaixonado por Contendas e com a ajuda do Sr.
Alen , cuidavam das minas e com o tempo foram construídas as fonte e
dado os nomes de fontes “leque “ , “ Maracanã “ e “ moringa “ fontes
estas que no inicio eram do outro lado , depois o Sr. Alen continuou a
tomar conta e contava com a ajuda da comunidade que faziam quermesse ,
festas e que eram feitas na fazenda velha para arrecadar fundos .
0:00
- Naquela época as crianças brincavam de cabra sega , peteca , andavam
a cavalo , não existia bebidas era tudo na brincadeira .
Nesta época
tinha um casarão que foi da avó dos Bernardes e que foi se deteriorando
aos poucos até virar ruínas nos dias de hoje.
A avó dos
Bernardes fazia , doces , tortas para vender e ela mantinha todo este
s produtos a disposição das pessoas que subiam as escadarias que dava
para uma sala que tinha um armário comprido muito grande muito bem
arrumadinho co os
31:00
- produtos , com toalinha branca de crochê muito linda , daí a minha
paixão pelo crochê , eu aprendi a bordar com minha mãe que era muito
inteligente e muito prendada , em 1937 o casarão foi dividido por
herança e cada um ficou com alguma coisa , eu fiquei com uma vitrola e
uma cadeira .Naquele tempo as pessoas que passavam aqui já pegavam água ,
levavam em moringas de barro , garrafões e outros tipos de vasilhames.
Há 40 anos
compramos a fazenda que estamos até hoje , na época só existia um
trilho de cavalo , não tinha nada , aos poucos fomos construindo e até
um moinho 4:40 de fubá foi
construído , depois que compramos esta fazenda eu virei outra pessoa ,
pois na outra fazenda tinha muita gente de outros herdeiros e aqui é só
a família com os filhos e netos.
Na minha
casa era tradição quando os filhos casavam ganhava uma quantia em
dinheiro e quando eu me casei meu pai me falou que ia dar um pouco mais
porque a 50:04 - moeda
estava desvalorizado e eu poderia comprar um apartamento , eu achava que
era muito dinheiro e acabei deixando para o meu marido resolver este
negocio de compra de apartamento , acabamos comprando um perto de mamãe.
Naquele
tempo no Rio eu estudava Química Industrial , antes de me casar , daí
eu me casei e parei no terceiro ano porque eu tive que viajar com meu
marido para o sul , o Getulinho , filho do Getulio Vargas foi meu colega
de turma , quando voltei do sul não deu para continuar pois eu estava
grávida , então veio Ana Cristina , depois Luiz Fernando e por ultimo
José Marcio .
Eu tinha
uma irmã que era freira e um irmão que era padre ( Adauto Soares
Monteiro ) foi ele que assinou a plantada nossa Igreja , De nossa
Senhora da Saúde , que foi construída com muito sacrifício , de
doações , quermesses e íamos guar dando o dinheiro pois naquela época
não existia banco , assim que a igreja ficou pronta chegou a imagem de
Nossa Senhora da Saúde , o padre vinha muito poucas vezes rezar missa
aqui o povo da cidade tinha muito ciúmes.
Bem muita
coisa eu me lembrei e com certeza tem mais coisas interessantes a contar
, se possível acrescentarei com o tempo , conforme for me lembrando .
Também tenho muitas fotos que mostrarão muito do que eu disse a respeito dessa maravilha que é Águas de Contendas.
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